A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

23/04/2009

Conhecendo o Universo !




Por Renato Marques

Certamente, a ciência humana ainda está muito longe de alcançar os feitos mostrados em Star Wars, em que cavaleiros Jedi ou lordes Sith viajam rapidamente entre planetas e exploram galáxias. Mas, acredite, a Astronomia tem avançado a uma velocidade nunca vista em toda a história da humanidade. Recentemente um grupo de astrônomos conseguiu fotografar um planeta fora do sistema solar - fato inédito na história da ciência. O gigante, que tem massa mais de cinco vezes superior à de Júpiter (que, por sua vez, é 318 vezes maior que a Terra), denominado 2M1207B, é o ápice de uma revolução em curso atualmente na Astronomia.

Há algumas décadas, o homem mal conhecia o próprio sistema solar. Basta lembrar que Plutão foi o último planeta a ser descoberto, o que ocorreu apenas em 1930 - centenas de anos após os primeiros estudos da Astronomia. Nos últimos 40 anos, especialmente, o avanço foi velocíssimo. Chegamos à Lua, mandamos sondas a Marte e percebemos, definitivamente, que, quando se fala em Universo, é impossível afirmar categoricamente que estamos sozinhos.

"Neste momento, é possível que sejamos a única civilização inteligente ou até que tenhamos mais uma ou duas companheiras. Mas isso é apenas uma estimativa. A ciência ainda não tem respostas para essa questão", explica o professor da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), Luis Augusto da Silva. Atualmente, o estudo da Astronomia se divide em duas grandes frentes de pesquisa. Uma que aprofunda os estudos em nosso sistema solar e outra, mais ampla, que analisa a cosmologia, com grandes distâncias.

O avanço citado anteriormente diz respeito às duas frentes, indistintamente. Hoje, já conhecemos bem nossos "vizinhos", graças a estudos avançados, como o envio das sondas ao solo de Marte. Ao mesmo tempo, pesquisadores têm conseguido ampliar os limites do Universo conhecido. Atualmente, já foram detectados mais de 160 planetas fora do sistema solar. Extraindo o caso de 2M1207B, a existência de cada um deles foi comprovada de maneira indireta, através de análise infra-vermelha, detectando uma determinada região do espectro eletromagnético do corpo celeste.

O grande avanço na descoberta de 2M1207B para os estudos cosmológicos é que, começa a surgir um movimento que deve levar a observação e estudo de planetas considerados "pequenos" - mais ou menos no tamanho da Terra. "O aperfeiçoamento das técnicas de observação vai permitir que, nos próximos 10 ou 15 anos, a gente ache planetas com massas menores. Há julgar pelo que observamos no sistema solar, que é uma ocorrência típica, aonde há planetas gigantes provavelmente existem também planetas menores, rochosos como a Terra, Vênus, Marte", relata Silva.

Assim, cada vez mais os pesquisadores têm conseguido mapear o Universo, além de detectar a velocidade de sua expansão. "Em 1998 descobriu-se, de maneira surpreendente, que a velocidade de expansão do Universo está crescendo, ao invés de diminuir ou estabilizar, como se presumia. Isso provocou uma revolução de conceitos", detalha Silva. "Atualmente se fala de algo que preencheria cerca de 70% do Universo, a chamada "energia escura". Os pesquisadores não sabem exatamente o que é, mas trata-se de uma espécie de força repulsiva que tende a afastar os objetos, uma espécie de antigravidade. E isso estaria provocando a aceleração da expansão do Universo."

Vida em outros planetas

A grande questão, em meio a todos esses avanços é: há vida em outros planetas? Como dito anteriormente, esta ainda é uma pergunta sem resposta. E as pesquisas neste sentido, passam longe do que apresentam filmes como Star Wars. A procura, neste momento, é por formas microscópicas de vida, como bactérias unicelulares. "Entre pesquisadores, há um consenso cada vez maior q se existir um planeta com as mesmas condições favoráveis que a Terra, a vida vai aparecer. Muitos estudiosos acreditam em evidências de vida extraterrena, em nível microscópico", diz Silva.

Essa possibilidade, ainda que remota, é, em muitos casos, o que move as pesquisas para alguns astrônomos. Atualmente, inclusive, existem duas correntes diametralmente opostas na Astronomia sobre o tema. Uma é a chamada Singularista, que acredita que estamos sozinhos no Universo. "A outra linha acredita que nossa galáxia deve estar povoada por centenas, ou até milhares, de civilizações diferentes nesse exato momento. Seria um cenário semelhantes ao que observamos na série Star Wars", conta Silva.

No entanto, o argumento que mais ganha força é o intermediário. Aqueles que acreditam que dificilmente existe algo parecido com Star Wars (principalmente com relações diplomáticas entre planetas. Imagine, se já é tão difícil combinar países), mas para quem é praticamente certa a existência de vida extraterrena. "Pessoalmente, acredito que, analisando a quantidade de planetas que existem no Universo, a possibilidade de existir alguma forma de vida é muito grande. É impossível que em um Universo imenso como este só exista vida na Terra, ainda que seja mais atrasada ou mais avançada do que a nossa ", finaliza o astrônomo Ronaldo Mourão.

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