A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

27/11/2011

Parábolas sobre oração



Fonte:Vincent Cheung



A primeira parábola sobre oração que examinaremos se encontra em Lucas 11:5-10, onde Jesus começa dizendo: “Então lhes disse: “Suponham que um de vocês tenha um amigo e que recorra a ele à meia-noite e diga: ‘Amigo, empreste-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para lhe oferecer’” (v. 5-6). Naqueles dias era um grande embaraço e desonra falhar em ter as coisas certas para oferecer aos seus visitantes. Até mesmo o pobre tentaria tratar os seus visitantes tão bem quanto possível.






O homem nesta parábola enfrenta um embaraço potencial, pois ele não tem os itens necessários para tratar propriamente os seus visitantes. Assim, ele vai até a casa de um amigo e diz: “Amigo, empreste-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para lhe oferecer”. Mas o seu amigo, de dentro da casa, responde, dizendo: “Não me incomode. A porta já está fechada, e eu e meus filhos já estamos deitados. Não posso me levantar e lhe dar o que me pede” (v. 7). Naquele tempo, as pessoas comuns viviam em casas com um único quarto. A família inteira dormia no mesmo quarto, e o assoalho era feito de barro. Os habitantes pisariam no barro tantas vezes que ele se tornaria um barro duro. Se esse homem se levantasse e andasse na casa para encontrar pão para o seu amigo, ele sujaria o seu pé e poderia até mesmo acordar o restante da sua família. Em adição, a porta tinha sido fechada. Durante o dia, a porta geralmente permanecia aberta. Quando a porta era fechada, isso indicava que a família desejava privacidade, ou que a família tinha ido para cama. Esse é o caso na parábola: “Não me incomode. A porta já está fechada, e eu e meus filhos já estamos deitados. Não posso me levantar e lhe dar o que me pede”. Em outras palavras, essa pessoa está pedindo para o seu amigo fazer algo que seria uma grande inconveniência. Jesus conclui a parábola dizendo: “Eu lhes digo: Embora ele não se levante para dar-lhe o pão por ser seu amigo, por causa da importunação se levantará e lhe dará tudo o que precisar” (v. 8). Então, ele aplica a parábola à nossa vida de oração, dizendo: “Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (v. 9-10). Nossa próxima parábola é sobre uma viúva e um juiz injusto: Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar. Ele disse: “Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens. E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’. “Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha mais me importunar’ ”. E o Senhor continuou: “Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: Ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” (Lucas 18:1-8)





Algumas parábolas fazem comparações, outras contrastes. Nessas duas parábolas, Deus não é dito ser similar ao amigo relutante ou ao juiz injusto, mas ele é descrito como alguém que está muito mais disposto e que é muito mais generoso do que eles (Lucas 11:9-13, 18:6-8). O ponto é que se o amigo relutante concederia o pedido do amigo persistente mesmo quando isso fosse inconveniente, e, se o juiz injusto concederia a petição da viúvamesmo quando isso fosse contrário às suas próprias disposições e interesses, quanto mais um Deus amoroso e generoso concederá os pedidos persistentes daqueles a quem ele escolheu para salvação? Lucas 11:9-13 diz: Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem o pedir! Essa passagem se encontra imediatamente após a nossa primeira parábola.





Assim, Jesus não diz que Deus é como o amigo relutante, de forma que se você o incomodar o bastante, e se você sem nenhuma vergonha atrapalhar a sua vida no meio da noite, então, mesmo que ele não responda sua oração sobre a base de ser o seu Pai celestial, ele, todavia, concederá o seu pedido sobre a base de sua persistência. Antes, Jesus está dizendo que se um amigo relutante concederia o pedido de uma pessoa por causa de sua persistência, quanto mais um Deus amoroso e generoso concederá seu pedido, se você orar com persistência? Jesus também comenta sobre a segunda parábola. Ele diz: “Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: Ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” (Lucas 18:6-8). Deus verá que seus escolhidos recebem justiça depressa. 6 Deus não é como o juiz injusto em seu tratamento para conosco. Sobre a base da explicação acima, podemos sumarizar vários pontos sobre a oração que essas parábolas nos ensinam. Jesus diz em Lucas 11:8: “Eu lhes digo: Embora ele não se levante para dar-lhe o pão por ser seu amigo, por causa da importunação se levantará e lhe dará tudo o que precisar”. A palavra traduzida como “importunação” (NASB: “persistência”) nesse versículo significa sem vergonha. O homem não está embaraçado por atrapalhar a vida do homem e lhe pedir o que necessita. Ele recusa que os costumes daqueles dias lhe impeçam de pedir o que necessita. Jesus explica que o amigo relutante concederia seu pedido não porque ele é seu amigo, mas por causa de sua persistente importunação e Dentro do contexto histórico da passagem, essa parábola pode estar se referindo à destruição de Jerusalém em 70 d.C.





Aqui estamos fazendo um uso mais geral da parábola para tratar da oração em si. Se até mesmo uma pessoa relutante eventualmente se rende, quanto mais Deus responderá nossas orações, visto que ele não está relutante, mas antes ansioso para cumprir o que ele deseja em nossas vidas? Assim, Hebreus 4:16 nos encoraja a nos aproximarmos de Deus com nossas orações: “Aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade”. Deus não tem limitações humanas, como o amigo relutante na primeira parábola. Ele não dirá: “Não me incomode. Eu não posso me levantar pois a porta já está fechada”, ou “meus filhos já estão deitados, por favor, volte amanhã”. Antes, a Escritura diz: Ele não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá alerta, sim, o protetor de Israel não dormirá; ele está sempre alerta! O Senhor é o seu protetor; como sombra que o protege, ele está à sua direita. De dia o sol não o ferirá, nem a lua, de noite. O Senhor o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida. O Senhor protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre. (Salmo 121:3-8) Em adição, Deus não tem disposições más, como o juiz injusto na segunda parábola. Ele não reterá a justiça ou se privará de te responder devido a qualquer malícia ou injustiça. Como Jesus diz: “Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar lhes o Reino” (Lucas 12:32), e com respeito àqueles escolhidos por Deus, ele diz: “Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: Ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” (Lucas 18:7-8). Jesus nos ensina a sermos persistentes na oração. Na parábola do juiz injusto, ele diz: “Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha mais me importunar!’” (Lucas 18:4-5). A viúva na parábola não se dissuadiu, embora ela enfrentasse um juiz injusto. A corrupção naquele tempo era desenfreada no processo legal. Suborno era quase uma necessidade se uma pessoa quisesse que seu caso fosse até o fim, e o juiz decidisse em seu favor. Uma pessoa tal como a viúva não tinha dinheiro para apresentar um suborno significante ao juiz. Todavia, sua persistência compeliu até mesmo esse juiz a lhe conceder justiça. Isso é para ilustrar o versículo 1, que declara o contexto e o intento da parábola: “Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar” (Lucas 18:1). Devemos persistir em oração a despeito dos pensamentos duvidosos, das críticas de parentes e das circunstâncias negativas. Jesus nos assegura que Deus responderá aos clamores dos seus eleitos. Deus não é como o amigo relutante na primeira parábola, nem como o juiz injusto na segunda parábola. Antes, ele é generoso para conosco e pronto para nos fazer justiça. “Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” (Lucas 18:8).





Fonte: AS PARÁBOLAS DE JESUS. Vincent Cheung - Tradução de Felipe Sabino de Araújo Neto.

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