A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço!

Martinho Lutero

02/01/2012

A expressão “Livre Arbítrio” é infeliz e perigosa - As Institutas de João Calvino

 
 
 
 
Por João Calvino
 
 
 
Assim, diz-se que o homem tem livre arbítrio, não porque ele é livre para escolher o bem ou o mal, mas porque o mal que ele faz isso de forma voluntária e não sob coação. Isso é verdade, mas para que um título tão arrogante a algo tão sem importância?



Excelente liberdade, de fato, dizer que o homem não é forçado para o pecado, mas assim é escravo voluntário e sua vontade é acorrentada pelas cadeias do pecado!



Certamente detesto todas estas disputas por meras palavras, com as quais as Igrejas se perturbam e por isso serei sempre do parecer que se evitem as palavras, que contém algo absurdo, principalmente as que dão ocasião para erros.



Pois bem, quem é que quando ouve que o homem tem livre arbítrio, no primeiro momento, não entende que o homem é senhor de seu entendimento e de sua vontade, podendo se inclinar naturalmente para uma ou outra alternativa?



Mas, talvez, alguns digam que este perigo é evitado se adequadamente for ensinado ao povo como deve ser compreendido o termo "livre arbítrio".



Eu, pelo contrário, afirmo que conhecendo nossa inclinação natural para a mentira e a falsidade, encontraremos ainda mais ocasião para fortalecer o erro, por causa de uma simples palavra, ao invés de sermos instruído na exposição completa da verdade. E temos muitas experiências nesta expressão utilizada. Pois bem, independente das explicações dos antigos sobre o assunto, os que vieram depois, preocupados apenas como as palavras soavam, tomarão-se de ocasião para ensoberbecer-se, destruindo-se a si mesmos com seus orgulhos.





As Institutas Livro II, II, 07 versão em espanhol – traduzido e adaptado por Carlos Reghine


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